Produtos da floresta

Manteiga Ucuuba - Virola surinamensis

ÉPOCA DA SAFRA

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS E APLICAÇÕES

A manteiga de ucuuba (Virola surinamensis) possui um alto valor de ponto de fusão (53 oC) e de saponificação (220 mg KOH/g de óleo), o que supera os índices do sebo bovino (com valores de 43 a 45 oC e 200 mg KOH/g respectivamente) tornam a manteiga da ucuúba uma matéria prima ideal para substituir o sebo animal na produção de sabonetes finos, e outras matérias gordurosas que necessitam de alto ponto de fusão na industria alimentícia e farmacêutica. A substituição do sebo animal pela manteiga da ucuúba resolve o problema de contaminação de produtos pelo uso de sebo animal, além de dar a sabonetes uma maior consistência e durabilidade, sendo perfeitamente viável a sua utilização mesmo com preços superiores ao do sebo animal. As sementes da ucuuba são ricas em gordura (60 – 70%) possuindo 70% de trimeristina, um triglicerídeo do acido mirístico, que constitui um óleo essencial aromático que é de grande importância para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentícia. Atualmente, esse óleo essencial é extraído da noz-moscada, que possui uma concentração de cerca 80% desta substância.

ECOLOGIA

Árvore nativa da várzea de toda a região amazônica estendendo sua ocorrência até o Maranhão e Pernambuco. O nome da arvore significa na língua indígena UCU (graxa) e YBA (árvore), prefere regiões alagadas, atingindo uma altura de 25 a 35 m. Uma árvore adulta pode produzir entre 30 – 50 Kg de sementes por ano. As sementes são ricas em gorduras (60 – 70%) e o rendimento em óleo∕sebo pode chegar até 50% por quilo de semente seca. Numa plantação com 150 árvores por hectare poderá ser colhida até 7 mil quilos de sementes, o que renderia 3500 kg de gordura∕hectare. O crescimento da ucuuba no campo pode alcançar até 3 m em dois anos. A madeira dessa árvore é de excelente qualidade para compensados,  laminados e cabos de vasoura, o que está ameaçando intensamente o recurso florestal remanescente.

Uma árvore de ucuúba adulta chega a ser comercializada por R$ 5,00, a sua madeira sendo transformada em cabos de vassoura, que são comercializados a R$ 0,40 a unidade nas feiras e portos de Belém. Entretanto as sementes, que são comercializadas por R$ 0,50/kg, podem dar um retorno de R$ 18,00 até R$ 25,00, supondo uma produtividade de 30 – 50 kg/ano/árvore. Os frutos são coletados nas praias e igarapés de toda a região amazônica, armazenados e comercializados para a fabricação de manteiga vegetal para substituir sebo animal na fabricação de sabonetes.

REFERÊNCIAS

VAN DEN BERG, M.E.: Plantas Medicinais na Amazônia – Contribuição ao seu conhecimento sistemático, 1993, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém. 206 pp. .

PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA .

MORS, W.B. et. al.: Medicinal Plants of Brazil, 2000, Reference Publications, Inc Algonac, Michigan. .

LORENZI, H : Arvores Brasileiras – vol, 01. 1992, Instituto Plantarum, Nova Odessa – SP 384 pp. .